Zoom aceita pagar 'multa' após processo por violação de privacidade nos EUA

Zoom aceita pagar 'multa' após processo por violação de privacidade nos EUA
Aplicativo de videoconferências fez aceno positivo para acordo, mas valor de US$ 85 milhões precisa ser validado pela Justiça. Ação acusava empresa de compartilhar dados pessoais de usuários e apontava falhas em oferecer configurações básicas de segurança. Erro na interação do Zoom com o Windows 7 deixa usuários expostos a ataques. Outras plataformas, como celulares e versões mais novas do Windows, são imunes

Altieres Rohr/G1

A empresa de videoconferência Zoom anunciou no último domingo (1º) que concordou em encerrar uma ação coletiva de privacidade nos Estados Unidos por US$ 85 milhões (R$ 436 milhões, na cotação atual). Esse valor ainda precisa ser aprovado pela Justiça.

O processo acusava o Zoom de compartilhar dados pessoais de usuários com Facebook, Google e LinkedIn, o que era uma violação da privacidade de milhões de pessoas.

Além disso, a ação apontava falhas em oferecer configurações básicas de segurança.

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Embora o Zoom negue ter agido de má-fé, concordou em melhorar suas práticas de segurança.

"A privacidade e a segurança de nossos usuários são as principais prioridades do Zoom, e levamos a sério a confiança que nossos usuários depositam em nós", declarou um porta-voz da empresa à AFP.

"Estamos orgulhosos dos avanços que fizemos em nossa plataforma e esperamos continuar a inovar com privacidade e segurança na vanguarda", acrescentou.

O acordo estabelecerá um "fundo de caixa irreversível de US$ 85 milhões para pagar reivindicações válidas, custos de serviço e administração, pagamentos de serviços a representantes de classe e honorários advocatícios e custas judiciais", de acordo com o texto preliminar.

Usuários nos Estados Unidos que pagaram por uma conta podem receber 15% do dinheiro creditado no Zoom para sua assinatura principal durante esse período ou US$ 25, o que for mais alto, enquanto aqueles que não pagaram por uma assinatura podem reivindicar US$ 15.

Esse acordo ainda deve ser aprovado pela juíza distrital Lucy Koh em San Jose, Califórnia, o que deve acontecer no final de outubro.

Como a pandemia do coronavírus levou ao fechamento de escritórios e negócios presenciais, o uso de plataformas de vídeo e colaboração hospedadas por empresas como Zoom, Slack, Microsoft e Google ganhou enorme popularidade.

O Google, por exemplo, abriu sua plataforma Meet para todos os usuários. O Facebook também lançou uma nova ferramenta para fazer chamadas de vídeo no Messenger e o Skype, da Microsoft, facilitou a criação de salas de videochamada.