Entenda por que você deve usar um antivírus mesmo que não faça transferências bancárias no computador

Entenda por que você deve usar um antivírus mesmo que não faça transferências bancárias no computador
Tira-dúvidas explica como um programa antivírus atua para proteger você de golpes que não envolvam serviços financeiros. Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.), envie um e-mail para [email protected]. A coluna responde perguntas deixadas por leitores às terças e quintas-feiras.

Mesmo quando o computador não é usado diretamente para operações financeiras, suas redes sociais e outros serviços podem estar em risco.

Divulgação

Se eu não faço operações bancárias no notebook, posso ficar sem antivírus? – Flávia

Infelizmente, Flávia, o antivírus é uma necessidade no computador – especialmente se você utiliza o Windows.

Mesmo que você não realize operações bancárias, programas maliciosos podem roubar suas contas de e-mail e redes sociais. Essas contas podem ser usadas por criminosos para atacar seus amigos, por exemplo.

Em alguns casos, até serviços financeiros podem estar vinculados a algum e-mail. Seu e-mail pode conter notas fiscais, recibos e diversas outras informações que um golpista pode usar para aplicar fraudes e até se passar por você.

Lembre-se que suas contas de serviços do Google ou da Apple também podem dar acesso ao seu armazenamento em nuvem – o mesmo lugar onde o seu smartphone pode estar sincronizando suas fotos pessoais.

Assim, se um vírus obtiver acesso ao seu computador, onde você acessa essa conta, você pode estar deixando suas fotos expostas.

Além disso, todas as demais contas que você registrou com seu e-mail poderão ser acessadas pelos criminosos. Eles podem até tentar falsificar um contato com o banco através do seu e-mail.

E não acaba por aí. Os chamados "vírus de resgate" (ransomware) podem embaralhar seus arquivos e destruir informações, impedindo que você use o computador normalmente. No mínimo, você vai perder algumas horas para reinstalar o sistema.

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Se o seu notebook for atacado por um vírus que o insira em uma "rede zumbi", ele poderá fazer parte de ataques que sobrecarregam sites na internet ou ser usado para minerar criptomoedas. Isso pode deixar sua internet mais lenta e diminuir a autonomia da bateria.

Por fim, o seu computador também pode servir de ponto de entrada para atacar outros dispositivos da sua rede, incluindo o seu roteador. E isso pode causar problemas para a sua navegação no celular durante o uso do Wi-Fi.

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Antivírus faz parte do Windows

O Windows 10 normalmente não permite que você use o sistema sem antivírus.

O "Defender", que é o antivírus incluso no Windows, sempre será ativado quando o sistema não encontrar outro antivírus.

Dito de outra forma, o "Defender" é desativado quando você instala um antivírus de sua escolha e reativado quando o programa em questão for removido ou parar de funcionar por outro motivo (uma assinatura vencida, por exemplo).

Não é possível mudar essa configuração facilmente, e o blog não recomenda que você mude esse comportamento. Sendo assim, mesmo que você desinstale o seu antivírus, o "Defender" deve estar atuando.

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Se você utiliza versões mais antigas do Windows, é possível desativar o "Defender" e usar o sistema sem nenhum antivírus.

Mas, também por segurança, o blog recomenda que todos os usuários atualizem o Windows para a versão 10. O Windows 7 não tem mais suporte oficial da Microsoft e o Windows 8, lançado em 2012, não recebeu as renovações aplicadas ao Windows 10.

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Existe algum antivírus indicado para computadores velhos?

Por essa razão, o Windows 10 é um grande salto de segurança quando comparado às versões anteriores do Windows.

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E os MacBooks e computadores com Linux?

O macOS da Apple, usado nos MacBooks, iMacs e outras linhas da marca, também conta com um antivírus embutido. O XProtect é mais simples do que o Defender da Microsoft, mas condiz com o nível das ameaças para o macOS (elas também tendem a ser mais simples).

As versões mais recentes do macOS ainda contam com outros processos de segurança, exigindo inclusive que todos os desenvolvedores enviem seus programas para que a Apple autorize a execução. Ainda que não seja perfeito, isso também ajuda a diminuir o risco.

No caso do Linux, muitos usuários obtêm softwares do repositório oficial mantido pela distribuição. Desde que esse repositório não seja modificado por invasores, o download de softwares tende a ser muito seguro – semelhante a um celular que só baixa aplicativos da loja oficial.

O Linux também é pouco utilizado em sistemas de desktop – o que na prática o torna um alvo mais raro quando usado nesse contexto.

O Linux é muito popular em servidores (computadores que ficam ligados 24 horas para manter no ar algum serviço), mas as ameaças que atacam servidores e computadores de usuários raramente são as mesmas.

Então, se você usa Linux no seu computador de casa, vale cogitar a ideia de dispensar o antivírus. Mas qualquer download fora do repositório oficial precisa ser cuidadosamente conferido e, caso isso se torne recorrente, é recomendado o uso de um antivírus.

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