Índia e Argentina pedem para WhatsApp suspender nova política de privacidade
Países investigam como compartilhamento de dados entre WhatsApp com o Facebook vai afetar usuários. Novas regras do aplicativo entraram em vigor em 15 de maio. Seis perguntas sobre a nova política de privacidade do WhatsAppA Índia e a Argentina pediram para o WhatsApp suspender as mudanças previstas em sua política de privacidade. Os novos termos, que entraram em vigor no sábado (15), garantem o compartilhamento de mais dados dos usuários com o Facebook, proprietário do aplicativo.WhatsApp e Facebook: ENTENDA ponto a ponto o compartilhamento de dadosO Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia prometeu adotar medidas legais se o WhatsApp não apresentar uma justificativa satisfatória para a mudança. O órgão enviou um aviso à plataforma e espera receber uma resposta até terça-feira (25).No comunicado, a Índia questionou por que o WhatsApp exige a nova política no país, enquanto mantém uma exceção para usuários na União Europeia.Segundo o governo da Índia, a medida foi adotada “no cumprimento de sua responsabilidade de proteger os direitos e interesses dos cidadãos indianos”.Com mais de 450 milhões de usuários, o país é o maior mercado do WhatsApp no mundo.Em março, o órgão indiano de defesa da concorrência de mercado iniciou uma investigação sobre a nova política de privacidade do WhatsApp. A autoridade acusa o aplicativo de mensagens de violar leis antitrustes do país e de manter uma “conduta exploradora e excludente”.Argentina aponta "abuso de posição dominante"A Argentina ordenou a suspensão da nova política do WhatsApp para evitar o que afirma ser uma “situação de abuso de posição dominante”.A decisão valerá por seis meses ou até que o órgão argentino de proteção de dados conclua sua investigação sobre o caso.De acordo com o Ministério do Comércio Interno da Argentina, o WhatsApp está presente em 76% dos celulares no país. O órgão afirma que, devido ao grande número de usuários, o Facebook mantém uma posição dominante no mercado.Na resolução em que determinou o adiamento da nova política, o ministério afirmou que a mudança faria o Facebook ter ainda mais dados dos usuários. “Estaria se formando um banco de dados de usuários com um nível de detalhamento que não pode ser replicado por outras empresas”, disse o ministério.WhatsApp é questionado sobre nova política de privacidadeAFPO que muda na política do WhatsApp?A nova política de privacidade do WhatsApp amplia o compartilhamento de dados com o Facebook, que já acontece desde 2016. O documento indica que dados gerados em interações com contas comerciais podem ser usados para direcionar anúncios no Facebook e no Instagram.No Brasil, órgãos públicos recomendaram em que o aplicativo adie a mudança nas regras. As autoridades pediram a suspensão da nova política enquanto a plataforma não adotar as recomendações sugeridas.O documento indica que as novas regras do WhatsApp podem representar violações à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Por isso, pediram para o Facebook suspender o uso de dados coletados do mensageiro enquanto não houver uma posição definitiva dos reguladores.As novas regras passaram a valer em 15 de maio, mas os usuários ainda não precisam aceitá-las. Para quem não deu consentimento para a nova política, o aplicativo continuará funcionando por pelo menos 90 dias.Segundo o WhatsApp, o lembrete para usuários aceitarem a nova política será exibido com mais frequência. E, depois de algumas semanas, quem não autorizou a mudança vai perder o acesso a algumas funcionalidades, como o acesso à página de conversas.