Itália multa Google em 102 milhões de euros por abuso de posição dominante

Itália multa Google em 102 milhões de euros por abuso de posição dominante
Pena foi motivada pela recusa da empresa a aceitar em sua plataforma Google Play um aplicativo que permite localizar terminais de recarga para os carros elétricos, afirmou agência italiana. O logotipo do Google é visto em um dos complexos de escritórios da empresa em Irvine, Califórnia, nos Estados Unidos

Mike Blake/Reuters/Arquivo

A agência reguladora da concorrência na Itália anunciou nesta quinta-feira (13) uma multa de 102.084 milhões de euros (US$ 123,5 milhões) contra o Google por abuso de posição dominante.

A multa foi motivada pela recusa da empresa a aceitar em sua plataforma Google Play um aplicativo que permite localizar terminais de recarga para os carros elétricos, afirmou a agência italiana em um comunicado.

"Com o sistema operacional Android e a loja de aplicativos Google Play, Google tem uma posição dominante (...) É necessário recordar que na Itália quase 75% dos smartphones utilizam Android", completou a autoridade antimonopólio.

Uma investigação da agência reguladora italiana apontou que o Google não autorizou o uso do app JuicePass, desenvolvido pelo grupo de energia italiano Enel, em seu sistema Android Auto.

"O JuicePass oferece uma ampla gama de serviços para a recarga de veículos elétricos, que vão da busca de uma estação de recarga até a gestão do processo de recarga e a reserva de uma estação", afirmou o organismo italiano.

Concorrente do Google Maps

O aplicativo faz concorrência com o da gigante americana, Google Maps, que, no entanto, atualmente permite apenas procurar estações de recarga para veículos elétricos.

"Google, ao negar a Enel X Itália (...) a disponibilidade do JuicePass no Android Auto, limitou injustamente as possibilidades dos usuários do aplicativo da Enel", afirmou a agência, que iniciou a investigação em maio de 2019.

Neste contexto, a autoridade antimonopólio também impôs ao Google que disponibilize para a Enel X Itália e outras empresas que desenvolvem aplicativos "os instrumentos para a programação da apps que funcionem no Android Auto".

Esta obrigação será controlada com a ajuda de um especialista independente da agência "a quem o Google deverá facilitar toda a colaboração e informação exigidas", conclui o texto.

O que diz o Google

Após o anúncio, o Google afirmou que "respeitosamente discorda da decisão", segundo um comunicado divulgado pela empresa.

"A prioridade número 1 do Android Auto é garantir que os aplicativos podem ser utilizados de forma segura enquanto se dirige. É por este motivo que temos diretrizes estritas sobre os tipos de aplicativos suportados pelo sistema", completa a nota.

O grupo afirma que há "milhares" de aplicativos compatíveis com o Android Auto e indica que examinará a documentação da agência reguladora italiana para "decidir os próximos passos".

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