Melim defende 'good vibe' na pandemia, mas pensa em testar repertório mais 'engajado'

Melim defende 'good vibe' na pandemia, mas pensa em testar repertório mais 'engajado'
Trio mantém otimismo em novo trabalho, mesmo com brasileiros em crise. Ao G1, irmãos falam sobre 'cuidado com falsa positividade', novos planos e 'BBB21'. Melim

Divulgação

Vida boa, brisa e paz, elementos que compõem o cenário do principal hit do Melim, passaram bem longe da realidade da maioria dos brasileiros nos últimos meses.

Mas o trio segue otimista, e se mantém fiel ao repertório de conto de fadas em seu trabalho mais novo, lançado na sexta-feira (22), ainda no contexto da pandemia.

"Amores e flores" é a segunda parte de um álbum gravado pelos irmãos Diogo, Gabriela e Rodrigo nos estúdios da famosa Capitol Records, em Los Angeles (EUA), no primeiro trimestre de 2020. "Eu feat. você", a primeira parte, saiu em maio.

O espírito "good vibe" é o mesmo do disco de estreia, de 2018. Mas, mais do que nunca, foi preciso ter "cuidado com a falsa positividade", segundo o Melim. Gabriela explica:

"Não tem a ver com tolice. A gente não quer se vendar para o que está acontecendo. Nossa positividade não é uma cegueira."

"De alguma forma, corremos atrás da ótica positiva em relação às situações. E, quando não conseguimos enxergar isso, tentamos ver uma forma de mudar as coisas, florescer no caos", continua ela.

A decisão de lançar o disco em duas partes tem a ver com um desejo de oferecer novos conteúdos ao público, num intervalo menor de tempo, segundo a cantora. Mas também se conecta com a mudança brusca de rotina, gerada pelo início da pandemia no ano passado.

"Sabemos do nosso poder de comunicação com tanta gente, que está isolada, inclusive crianças. E recebemos um feedback muito legal, por lançar algo que pode entreter as pessoas num momento tão difícil", conta Rodrigo.

"Amores e flores" tem sete faixas, incluindo a nova música de trabalho, "Possessiva". Há também uma versão do samba "O bem", de Arlindo Cruz (primeira regravação feita pelo grupo), e "Teu céu", parceria com Projota, confinado na casa do "BBB21".

"Acho que a atenção ao 'BBB' vai acabar ajudando, sim, na divulgação, em gerar interesse das pessoas pela música. Quem ia procurar por Melim e Projota agora vai buscar por Melim, Projota e também pelo Tiago [nome verdadeiro do rapper]", avalia Rodrigo.

Música 'social'

Os irmãos Melim decidiram se juntar numa banda em janeiro de 2016, um mês antes de serem convidados para as audições da terceira temporada do "SuperStar" (TV Globo), programa que os revelou como cantores. Eles terminaram a competição como semifinalistas.

Com "Meu abrigo", lançada em 2017, o trio chegou ao topo da lista de 50 músicas mais ouvidas pelo Spotify no Brasil, feito raro para artistas que correm por fora do funk e do sertanejo.

Desde então, eles acumularam parcerias com nomes como Ivete Sangalo, Nando Reis, Sandy e Anitta, participaram do Rock in Rio e receberam uma indicação ao Grammy Latino em 2020, por "Eu feat. você".

Hoje, se consideram mais preparados para experimentar novos caminhos, como o de um repertório mais "engajado". Um primeiro passo nessa direção foi dado com "Menina de rua", faixa da primeira parte do disco gravado nos EUA.

"É uma música com um tema social, sobre o qual a gente nunca tinha falado antes", define Rodrigo. Ela foi feita originalmente para o primeiro disco, mas, por receio, o grupo decidiu não lançar na época. "Talvez, nos próximos álbuns, a gente consiga fazer mais coisas com esse cunho social."

O repertório pode até mudar de tom, mas não está nos planos do Melim abrir mão do apelo popular, que o trio considera um de seus maiores trunfos.

Gabriela não vê problema em dizer que eles querem, sim, ser comerciais: "É algo que a gente busca e que nos traz muito prazer: ser acessível, chegar na massa. Não queremos perder isso nunca."

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