8 das 10 lives mais vistas em 2020 são brasileiras; Marília Mendonça ganha de BTS e Andrea Bocelli

8 das 10 lives mais vistas em 2020 são brasileiras; Marília Mendonça ganha de BTS e Andrea Bocelli
Cantora é campeã de audiência em shows on-line transmitidos pelo YouTube. Ranking é dominado por sertanejos, que fizeram trilha de 'sofrência' do auge da quarentena no Brasil. Marília Mendonça em live recordista de audiência no YouTube, no dia 8 de abril

Caio Rocha/FramePhoto/Estadão Conteúdo

No ano das lives, oito das 10 transmissões ao vivo de música com maior audiência no YouTube são de artistas do Brasil. Marília Mendonça fez o show ao vivo mais assistido do ano, com 3,3 milhões de visualizações simultâneas.

A cantora está à frente do fenômeno sul-coreano BTS e do tenor italiano Andrea Bocelli, os dois nomes internacionais na lista. Além da liderança, Marília também ocupa a 8ª posição no ranking - ela é a única a aparecer duas vezes.

Veja, abaixo, a lista de lives mais assistidas do mundo em 2020 no YouTube

Marília Mendonça - #LiveLocalMariliaMendonca (8 de abril): 3,31 milhões de visualizações

Jorge & Mateus - Live na Garagem (4 de abril): 3,24 milhões de visualizações

Andrea Bocelli (12 de abril): 2,86 milhões de visualizações

Gusttavo Lima (11 de abril): 2,77 milhões de visualizações

Sandy & Junior (21 de abril): 2,55 milhões de visualizações

Leonardo - #CabareEmCasa (1º de maio): 2,52 milhões de visualizações

BTS (18 de abril): 2,31 milhões de visualizações

Marília Mendonça - #TodosOsCantosDeCasa (9 de maio): 2,21 milhões de visualizações

Henrique & Juliano (19 de abril); 2,06 milhões de visualizações

Bruno e Marrone (16 de maio): 2,05 milhões de visualizações

Para montar o ranking, o YouTube considerou o pico de visualizações simultâneas de cada uma das lives. Ele representa o número de dispositivos conectados naquela transmissão pela plataforma ao mesmo tempo.

Isso significa que o número de pessoas assistindo pode ser maior, já que mais de uma pessoa pode ver a live em um mesmo dispositivo.

Ano de 'sofrência'

Marília, também dona do clipe mais assistido do ano no YouTube, e artistas como Gusttavo Lima e as duplas Jorge e Mateus e Henrique e Juliano, que também aparecem na lista de lives, ajudaram a compor a trilha de "sofrência" do auge da quarentena no Brasil.

Nomes conhecidos do sertanejo profissionalizaram no país os shows on-line do isolamento, que começaram com apresentações simplórias de popstars globais, como Chris Martin, John Legend e Elton John.

No fim de março, a primeira live de Gusttavo Lima, com cinco horas de transmissão movidas a muito álcool e uma produção luxuosa, foi o prenúncio das apresentações que viriam depois.

O debate sobre a bebedeira de sertanejos em lives

Além dele Jorge e Mateus, Léo Santana e outros cantores foram criticados por reunirem, em meio á pandemia, um número considerado alto de músicos e profissionais técnicos em suas lives, aumentando o risco de contágio da Covid-19.

Ao mesmo tempo, o formato sofisticado ajuda a explicar por que o Brasil ocupa a maioria das posições do ranking do YouTube.

Grandes artistas internacionais mantiveram as apresentações caseiras, com voz e violão em frente às câmeras, mesmo em grandes festivais de lives para arrecadar doações a instituições de caridade.

Outros optaram pelo modelo de live com venda de ingressos. É o caso do próprio BTS, que bateu recorde em número de espectadores simultâneos em um show on-line pago.

A live "Bang Bang Con", feita pelo grupo em 14 de junho, chegou a ser vista por 756 mil fãs ao mesmo tempo, uma marca já reconhecida pelo Guinness World Records.

O grupo BTS na live 'Bang Bang Con', transmitida em junho e recordista de audiência em um show on-line pago

Divulgação

Mas nenhum dos dois estilos de live - nem o pomposo, tampouco o mais simples - foi capaz de manter alta a audiência desse tipo de apresentação ao longo da pandemia.

A lista do YouTube mostra que todos os shows recordistas de audiência aconteceram entre abril e maio, ainda no primeiro trimestre da pandemia do coronavírus, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março.

Artistas seguem fazendo apresentações on-line, mas com público menos entusiasmado, o que também diminuiu o interesse de patrocinadores.

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