Fagner se encontra virtualmente com Nelson Gonçalves para refazer 'Serenata'

Fagner se encontra virtualmente com Nelson Gonçalves para refazer 'Serenata'
Dueto póstumo dos cantores acontece na faixa-título do álbum que artista cearense lança em dezembro. ? Cantor da era do rádio cuja lapidar voz de barítono atravessou gerações e movimentos musicais, se fazendo ouvir até os anos 1990, o lendário gaúcho Nelson Gonçalves (21 de junho de 2019 – 18 de abril de 1998) lançou em 1991 um álbum de tom seresteiro intitulado Serenata.

Neste disco, Nelson registrou a música-título Serenata (1935), uma das parcerias de Silvio Caldas (1908 – 1998) com Orestes Barbosa (1893 – 1966).

Decorridos quase 30 anos da edição do disco de Nelson, o cearense Raimundo Fagner se prepara para lançar álbum de tom similar, também intitulado Serenata. E, graças à evolução digital das tecnologias de estúdio, Fagner faz dueto virtual com Nelson Gonçalves na mesma música-título em gravação produzida por José Milton.

Segundo single do projeto fonográfico de Fagner, Serenata chega às plataformas de áudio nesta sexta-feira, 27 de novembro, dando nova amostra do álbum que, antes previsto para ser lançado neste mês de novembro de 2020, teve a edição adiada para 18 de dezembro pela gravadora Biscoito Fino.

Capa do single 'Serenata', de Fagner com Nelson Gonçalves

Jorge Bispo

Valorizado pela viço da voz de Nelson Gonçalves (cuja adição à gravação resultou natural) e pelo toque igualmente viçoso das sete cordas do violão de João Camarero, sobressalente no arranjo do pianista Cristovão Bastos, o registro de Serenata por Fagner chega ao mercado fonográfico um mês após o primeiro single do álbum, Lábios que beijei, lançado em 16 de outubro com gravação da valsa dos compositores J. Cascata (1912 – 1961) e Leonel Azevedo (1908 – 1980) apresentada em 1937 na voz do cantor Orlando Silva (1915 – 1978).

Além de Lábios que beijei e da música-título Serenata, Fagner regrava no álbum Rosa (Pixinguinha, 1917, com letra posterior de Otávio de Souza, 1937), Malandrinha (Freire Júnior, 1927), Maringá (Joubert de Carvalho, 1931), Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, 1932), Chão de estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1937), Deusa da minha rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj, 1939), Serenata do adeus (Vinicius de Moraes, 1958), Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes, 1970), Mucuripe (Fagner e Belchior, 1972) e As rosas não falam (Cartola, 1976).