Wesley Safadão lança 2º DVD durante pandemia e diz que álbum traz nova sonoridade

Wesley Safadão lança 2º DVD durante pandemia e diz que álbum traz nova sonoridade
Ao G1, cantor também falou sobre período de paralisação nos shows e citou que terá dificuldade para retomar à rotina: 'A gente fica realmente mal-acostumado'. Wesley Safadão grava DVD

Romilson/Divulgação

Com a paralisação dos shows por conta da pandemia de coronavírus, Wesley Safadão ficou sem apresentações na agenda. Mas não deixou de produzir.

Nos oito meses longe dos palcos, o cantor foi além das lives. Gravou e lançou dois DVDs – sendo um deles durante a apresentação on-line.

Safadão aproveitou também esse período para dar uma alterada em seu som e o resultado aparece no álbum "Safadão Amplificado", que teve sua primeira parte lançada na última semana.

"A gente mudou um pouco a sonorização, mudamos a linguagem das músicas. Não vou dizer que é um Safadão totalmente diferente, porque esse tempero que a gente está lançando, sempre tivemos. Mas a gente deu uma modificada para esse projeto, para que as pessoas se divirtam muito com esse som", afirma o cantor ao G1. Ele citou a mudança em batidas de bateria e timbres de guitarra.

Entre as canções já lançadas do projeto, está "Ele é ele, eu sou eu", em parceria com os Barões da Pisadinha. Ao longo do ano, o duo baiano trilhou uma rota de sucesso por todo o Brasil, depois de desbravar a região norte e nordeste do país.

Assim, os Barões repetiram o caminho feito por Safadão, que já fazia grande sucesso no nordeste com o Garota Safada, antes de explodir pelo país em 2015 com o hit "Camarote".

"Todo artista vai ter o seu momento, vai ter o seu boom, aquele que está fora da curva. E hoje quem está fora da curva é o Barões da Pisadinha. O que a gente viu acontecendo com eles, os números que eles têm conseguido, a procura orgânica que eles têm, isso é realmente é bem fora da curva, da realidade", diz Safadão.

Durante o bate-papo, Safadão também falou sobre o retorno aos palcos e ainda rebateu críticas sobre o show que fará em 21 de novembro, em Natal, e a opção por reduzir o salário de seus músicos durante a pandemia. O cantor ainda afirmou que 2020, apesar de tudo, foi um ano muito especial e que não sabia que um sábado em família era tão gostoso.

"Eu até me pergunto: meu Deus, quando liberar tudo, como vai ser minha volta? Porque estou acostumado. Estou dormindo todos os dias em casa."

Wesley Safadão convida os Barões da Pisadinha para faixa em novo DVD

Romilson/Divulgação

G1 – Quando você fala sobre mudança em seu som no novo DVD, é em relação ao álbum anterior ou a todos os projetos de carreira?

Wesley Safadão - Eu acho que um pouco de tudo. Nós mudamos batida de bateria, timbre de guitarra, algumas coisas nesse sentido, que se você comparar uma música pra outra, vai sentir que tem uma diferença. E linguagem de música também. Nesse projeto, sei lá, vai ser nada meloso demais. Quero ir pra cima.

G1 - Nesse projeto, você gravou com Barões da Pisadinha, que estão bombando em todo o Brasil com o piseiro. Em 2015, você estava nesse momento e celebrava o fato de alcançar o sucesso fora do norte e nordeste, que é o que está acontecendo agora com Barões. Você conversou com eles sobre esse movimento? Deu dicas, conselhos?

Wesley Safadão - Nós somos amigos, somos parceiros. Inclusive Barões da Pisadinha fazem parte do nosso escritório aqui no nordeste. Nós vamos poder representar, poder guiar eles pra que façam show nos melhores lugares possíveis. Eles são artistas que hoje, sem dúvida nenhuma, já estão entre os maiores do Brasil. E os caras, tenho certeza que já estão bem assessorados. Estão fazendo parcerias com os melhores empresários do Brasil todo, estão muito bem nas plataformas, focados em lançar projetos, estão preparados realmente pra volta dos shows. São pontos que tem que ser feitos pra que exista um resultado.

G1 – Você sente falta de ter tido, no início da sua carreira, esse apoio que você cita que eles estão tento agora?

Wesley Safadão - Olha, eu tive. Minha carreira foi a passos lentos, digamos assim, mas passos firmes, consistentes. E nesse meio do caminho, como todos os artistas, encontramos pessoas boas e pessoas ruins. Então eu tive pessoas que me ajudaram nesse processo. E os Barões da Pisadinha também já devem ter passado por maus bocados enormes aí, várias vezes. E hoje, o que a gente tem que sempre buscar fazer é se cercar de boas pessoas, de grandes amigos, pessoas que querem nosso bem independente de qualquer coisa.

Todo artista, com muita fé em Deus, vai ter o seu momento, vai ter o seu boom, aquele que está fora da curva. E hoje quem está fora da curva é o Barões da Pisadinha. O que a gente viu acontecendo com eles, os números que eles têm conseguido, a procura orgânica que eles têm, isso é realmente é bem fora da curva, da realidade. Então esse é realmente o momento de aproveitar todas as oportunidades.

G1 - Você acha que o piseiro pode assumir o lugar do sertanejo nas rádios? Ou acredita mais na união dos ritmos, como acontece muito com o forró também?

Wesley Safadão - Eu gosto da parceria, sabe. Vai subir quem continuar fazendo o trabalho, continuar buscando músicas boas, fazendo bons lançamentos. Acredito que esse piseiro é um ritmo muito forte, que pra muitos, não duraria seis meses e já acontece aqui no nordeste, na nossa cara, nas nossas esquinas, nos nossos ouvidos, há uns três anos. Assim como piseiro, tem o forró de favela, que é muito forte, tem o brega-funk no Pernambuco. Tem tantos ritmos que o Brasil precisa conhecer. Se de dez músicas tivesse dois sertanejos, dois piseiros, dois forrós de favela, duas MPB, dois funks, ia ser o legal, né?

Wesley Safadão grava DVD

Romilson/Divulgação

G1 – Em plena pandemia, você está lançando seu segundo DVD. Dá pra dizer que, apesar de tudo, 2020 foi um bom ano pro Safadão?

Wesley Safadão - Olha, com certeza foi um ano muito especial pra mim. Um ano onde mesmo com a pandemia... a única coisa que eu deixei de realizar foram os shows. Mas a parte de empresa, de novos negócios, de ter mais tempo. Quanto vale a gente ter tempo? Tempo de qualidade com a família, poder conviver mais com as pessoas que a gente ama. Foi um tempo pra modificar coisas, pra arrumar a casa. É um tempo de arrumação de casa, sabe, pra quando a gente voltar, voltar mais forte.

G1 - Sobre essa questão de ter mais tempo com a família, no ano passado você comentou que queria isso pra você após a morte do Gabriel Diniz. Conseguiu colocar em prática, então.

Wesley Safadão - Olha, eu tenho hoje um outro estilo de vida, realmente. Eu até me pergunto: meu Deus, quando liberar tudo, como vai ser minha volta? Porque estou acostumado. Estou dormindo todos os dias em casa. Hoje tenho outro casamento.

Antigamente eu era casado dois dias por semana. Graças a Deus, meu relacionamento está cada vez melhor, minha convivência com meus filhos, tempo de qualidade. A única preocupação é quando voltar, como vai ser, porque a gente fica realmente mal-acostumado.

G1 – Sente que terá dificuldade pra voltar?

Wesley Safadão - Com certeza. Eu acordo 7h, venho pro escritório, 17h volto pra casa. Durmo todos os dias em casa. E final de semana estou com minha família. Ó, o sábado é tão gostoso, que eu nem imaginava que o sábado em casa com minha família era tão gostoso, rapaz.

G1 – E vomo você vê a volta dos shows? Consegue enxergar um norte? Teme pelo setor?

Wesley Safadão - Olha, eu tô muito na torcida pra que a gente consiga voltar a realizar nosso trabalho. Vou fazer um show agora em Natal, num estádio, onde o último show que fizemos lá, foi pra mais de 20 mil pessoas. Esse show agora, seguindo os protocolos, vamos ter mil mesas com os corredores entre uma e outra.

Eu acho que tem como voltar, sabe. Diante do que a gente vê hoje, praias, shoppings, política, acontecendo... Eu digo assim, até o feriado do 7 de setembro, eu tinha uma visão. Depois do feriado, eu achei que 15 dias depois ia morrer todo mundo. Como não morreu, acho que as pessoas ligaram um dane-se. E eu não acredito que as pessoas vão pegar Covid só depois das 22h em um show. Não estou dizendo pra que a gente seja irresponsável, não levanto a bandeira da irresponsabilidade. Só levanto a bandeira pra que a gente consiga trabalhar.

E eu não estou falando do Wesley Safadão, porque graças a Deus a gente consegue encontrar outros meios. Mas eu tô falando da turma do show, o cara do som, do palco, o cara do bar. Essas pessoas estão fazendo o quê?

Eu acho que se a gente segue os protocolos, tenho certeza que nosso show vai ser muito mais organizado do que muitos estabelecimentos que estão abertos hoje.

G1 - No começo da pandemia, você foi criticado por reduzir o salário dos músicos. Como está essa questão nesse momento? Voltou ao normal?

Wesley Safadão - Não voltou porque o que a gente tem feito, por incrível que pareça, é só investimento. A gente não pode parar, a gente tem que continuar investindo na empresa pra que, quando volte, a gente volte forte.

Na minha empresa, independente se tinha 10 ou 20 shows, eles recebiam o salário deles. No mês que a gente entrava de férias ou eu queria tirar um pouco mais de dias de folga, eles recebiam como se estivesse fazendo 20 shows no mês. Quando a gente reduziu, o que as pessoas disseram: 'ah, isso é um absurdo'. Mas teve gente que a gente reduziu e continuou ganhando R$ 7 mil, R$ 10 mil por mês e está em casa. Está fazendo um show por mês, que é uma live.

Então eu estou com minha consciência tranquila em relação a isso. A minha turma está bem tranquila. Jamais eu vou soltar a mão de nenhuma pessoa que está comigo.

Wesley Safadão grava DVD

Romilson/Divulgação

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