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Pop e Arte

Luca Argel narra lutas da história do Brasil no álbum 'Samba de guerrilha'


Residente em Portugal, cantor carioca dá voz a Aldir Blanc, Herivelto Martins, Nelson Sargento e Paulinho da Viola em disco previsto para fevereiro de 2021. ? Carioca que migrou para Portugal em 2012, o cantor, compositor e músico Luca Argel continua mirando o Brasil d'além-mar. Tanto que o ainda inédito quarto álbum solo do artista, Samba de guerrilha, foi concebido com a intenção de contar um pouco da história do Brasil através do ritmo centenário que identifica o país no mapa-múndi musical.

O samba é a personagem que conduz a narrativa do disco, mas fora da moldura tradicional do gênero. "O objetivo é mostrar o samba como um elemento de resistência, de registro histórico, e como um fio que conecta várias culturas existentes no Brasil. O disco lembra as dificuldades que esse personagem, o samba, teve que superar antes de ganhar a dimensão que tem hoje. Através dele, falo sobre escravidão, racismo e desigualdade social, temas que o samba já cantou muitas vezes e de formas diferentes", conceitua Luca Argel.

Para construir a narrativa engajada do álbum Samba de guerrilha, Luca Argel dá voz a bambas do gênero. De Nelson Sargento, o cantor regrava Agoniza, mas morre (1978), samba lançado na voz de Beth Carvalho (1946 – 2019), também intérprete original de outra composição politizada revivida por Argel no disco, Virada, samba de Noca da Portela e Gilper.

Para lembrar a luta do samba para se impor na cultura e na sociedade carioca, Argel reconstrói Praça Onze (1942), samba de Herivelto Martins (1912 – 1992) em parceria com Grande Otelo (1915 – 1993).

Luca Argel também pesca pérola do baú de Paulinho da Viola – Uma história diferente, samba lançado pelo autor em álbum de 1978 e desde então nunca regravado – e propaga Direito de sambar (1973), título do cancioneiro do compositor baiano Oscar da Penha (1924 – 1997), conhecido como Batatinha.

Da obra de Geraldo Filme (1928 – 1995), bamba pioneiro do samba de São Paulo (SP), Argel lembra Vá cuidar de sua vida (1980). Contudo, a faixa escolhida pelo artista para pedir passagem para o álbum Samba de guerrilha é O mestre-sala dos mares, composição de João Bosco e Aldir Blanc (1946 –2020) lançada em1974 na voz de Elis Regina (1945 – 1982).

Em 22 de novembro, dia em que se comemora os 110 anos da Revolta da Chibata, Luca Argel vai apresentar single e clipe (filmado em animação) com a regravação deste samba em que Bosco e Aldir exaltaram João Cândido Felisberto (1880 – 1969), militar gaúcho que, em 22 de novembro de 1910, comandou a luta para abolir a chibata e a escravidão na Marinha do Brasil, tendo entrado gloriosamente para a história como o Almirante Negro, símbolo de resistência contra o racismo e a opressão da população negra.

Sucessor de Tipos que tendem para o silêncio (2016), Bandeira (2017) e Conversa de fila (2019) na discografia solo de Luca Argel, vocalista dos grupos Samba sem Fronteiras e Orquestra Bamba Social, o álbum Samba de guerrilha tem lançamento previsto para fevereiro de 2021.

G1

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