Em defesa da verdade e da informação

Em defesa da verdade e da informação

As reportagens publicadas pelo Jornal do Porto, principalmente em seu portal na internet, sobre deferimentos e indeferimentos de candidaturas desde a última sexta-feira foram alvos de críticas e ataques nas redes sociais.

Antes disso, como o leitor deve ter conhecimento, publicamos que as candidaturas a prefeito de André Braga (PSDB), e a vereador de Viviane Rasi (MDB) e Toninho Ribeiro (PP) eram alvo de ações de impugnação pelo Ministério Público Eleitoral. Isto é fato. É informação.

Publicamos, depois, que a candidatura de Viviane foi deferida e que as de Toninho Ribeiro e André Braga foram indeferidas. Sobre este último, candidato a prefeito, registramos que, apesar do indeferimento, o motivo não tinha sido as questões levantadas pelo MP sobre a lei de ficha limpa, mas sim pela falta de algumas certidões e documentos. Isto é fato. É informação.

Noticiamos ainda, posteriormente, que a falta de documentação não seria somente de André Braga, mas também de seu vice, Paulo Saad, e que outros 51 candidatos a vereador igualmente haviam tido candidaturas indeferidas, a grande maioria por falta de documentos. Isto é fato. É informação.

Também noticiamos que André Braga havia conseguido reverter a situação, após apresentar as certidões faltantes e um pedido de reconsideração ao juiz, estando assim com sua candidatura deferida. Sobre esta notícia, aliás, registre-se que foi aquela que levamos menos tempo para publicar desde o momento da decisão até a postagem no nosso portal de notícias. Isto ocorreu na terça-feira. Até ontem pela manhã, por exemplo, a sentença ainda não estava disponível no portal Divulgacand do TSE. Nós a obtivemos com fonte confiável. Isto é trabalho jornalístico de qualidade. Isto é fato. É informação.

E, por fim temos a notícia e o fato de que a promotoria recorreu da decisão do juiz da comarca. E o que nos resta é estar sempre acompanhando a situação dos candidatos e divulgando estritamente aquilo que está consignado nas publicações e documentos oficiais da Justiça Eleitoral. Assim, levaremos, como sempre, fato e informação.

Agora, algumas pessoas, que sequer nem devem ter lido as matérias, ou que não sabem interpretar um texto, ou ainda que estão cegas por paixão política, criticaram e até ofenderam, sem o mínimo de responsabilidade ou educação, as notícias veiculadas pelo JP.

É fato também que a maneira como é conduzida e induzida a campanha de alguns candidatos ajudou a confundir as cabeças menos pensantes. Naquele momento, na noite de sexta-feira, a candidatura estava indeferida – ou seja, não havia sido aprovada – e os correligionários começaram a divulgação do modo deles, claro é a expressão deles com textos e artes publicitárias eivados de dubiedade, chegando ao ponto de promover, momentos após a publicação da sentença, uma carreata (!) para, supostamente, comemorar um indeferimento. Sim, isto causa confusão em quem age com o coração, e não com a razão.

Uma coisa que nos deixa intrigado é que, em muitos casos, a acusação de que as matérias por nós publicadas eram falsas ("fake news") partiu de perfis falsos. Mas, não só. Muita gente de carne e osso, velhos conhecidos, também se armaram de paus e pedras virtuais contra o Jornal do Porto, pelo simples fato de termos reportado notícias que não iam ao encontro de suas paixões políticas.

Ora, tanto era verdade tudo o que publicamos, que após o deferimento da candidatura de André Braga na terça-feira muitos apoiadores comemoraram a sentença dada naquele momento. Ora, então se esta era a sentença válida, a que deferiu a candidatura, então por que comemoraram tanto a anterior?

Existem pessoas que estão tão acostumadas a espalhar notícias falsas e a tomarem a falsidade como uma conduta de vida que ficam indignadas quando cometemos o "crime" de publicar informações com qualidade e de fontes verdadeiras. Uma pena que isso aconteça. A compreensão, às vezes, se torna difícil para alguns, devido à tamanha desinformação que até os próprios candidatos têm a respeito do processo eleitoral e sua legislação.

Mas o cidadão tem que ter a paciência e o respeito com aqueles que estão somente informando os fatos, fazendo seu trabalho, o mesmo que é feito há 43 anos, deixando também a paixão de lado, para fazer um bom trabalho e levar a todos a informação mais correta possível.

Essa história de "povo marcado é povo feliz" está caindo de moda com tantas fontes e meios para se informar. Acaba ficando ridículo para aqueles que opinam sem qualquer responsabilidade e discernimento, que atacam sem razão. A pessoa parece que não se importa em dar um vexame. Ao contrário, se orgulha disso, de passar vergonha em público. Pena.

Reiteramos, mais uma vez, o nosso compromisso de levar a informação de qualidade a todos os leitores. Estamos passíveis de erros? Claro que sim. Mas, se isso acontecer, podem ter a certeza que teremos a hombridade, a responsabilidade e a humildade de nos retratar. Do contrário, são somente fatos.

Essa situação desagradável, porém, nos deixou mais fortes. Mostra que não temos, como querem e se enganam alguns, predileção por candidato A, B ou C em nossa linha editorial. Trabalhamos com fatos. Não precisamos bajular ninguém. Ao contrário destes que nos atacam, que não querem ver o que realmente está acontecendo, que pré-julgam sem sequer checar o que falam. Isso é oportunismo, falta de cultura, de educação, de caráter e de respeito com as pessoas. Justamente o oposto é tudo aquilo que temos pelos nossos leitores.

Fato é fato, informação é informação. E pronto. Não existe dubiedade. Se tivéssemos feito algo errado, podem ter certeza que tanto os envolvidos quanto a Justiça já teriam nos notificado. Porque temos endereço fixo, temos expediente e temos responsáveis pelas matérias aqui divulgadas. Assinamos o que publicamos.

E isso incomoda. Infelizmente.