Jornal do Porto lança o História social e econômica de Porto Ferreira

Jornal do Porto lança o História social e econômica de Porto Ferreira

"Porto Ferreira foi obra do acaso". Assim afirmo, tendo em vista que, por disputas políticas, os trilhos da Cia Paulista não puderam, que estavam à margem esquerda do rio Mogi Guaçu, não tiveram a concessão para continuar até as terras roxas de Ribeirão Preto e Franca, sendo as mesma concedia à Estradas de Ferro Mogyana.

Porque não instituir a navegação Fluvial? Somente a fazenda Córrego Rico e a Paulicéia (hoje Usina Santa Rita- Santa Rita do Passa Quatro), juntas, possuíam 5 mil alqueires, extensão da zona rural de Porto Ferreira, se não for maior. Foi instituída a navegação fluvial do Rio Mogi Guaçu em 1884, a partir de Porto Ferreira, ode ficava o porto, estação de transbordo e estaleiro de consertos.

E porque não fazer um livro sobre a navegação fluvial? Hilário Domingues Neto já o fez, intitulado "Navegando o Mogi Guaçu" (editora Unesp), praticamente englobando todo o assunto.

Este pequeno livro demorou 10 anos para parir. Ele complementa o artigo Porto Ferreira "Porto Ferreira: A capital da Cerâmica Artística e de Decoração", publicado no site da ABCERAM. Basicamente, a navegação fluvial trouxe uma migração para a região do porto de João Ferreira. Não existe cidade. Esta migração e a violência e desordem social decorrentes geraram a necessidade de se constituir uma freguesia entre os municípios de Santa Rita do Passa Quatro, Descalvado, Pirassununga e Santa Cruz das Palmeiras. Então, em 1884, a câmara de Pirassununga vem a localidade e decide onde construir uma capela e um cemitério, princípios básicos para a criação de uma freguesia durante o 2º Reinado.

Ao mesmo tempo, coma Proclamação da República em 15 de Novembro de 1889, a igreja inicia o seu processo de criar paróquias e os padres encontraram muitas resistência em Porto Ferreira, para socializar o povo nos princípios cristãos.

Seguidamente, a cidade sofreu um duro golpe com o fim da navegação fluvial em 1903: com cerca de 10 mil habitantes, perdeu um terço da população. Porém o povo não desistiu e, tendo em vista a zona rural pequena começou a empreender no ramo industrial: a indústria oleira.

Boa parte do livro se trata de um resumo da economia brasileira do final do século XIX e primeira metade do século XX, a fim de dar subsídios para a compreensão do processo de industrialização no Brasil. Logicamente, este processo se concentrou no Estado de São Paulo, por causa da mão de obra imigrante para as lavouras cafeeiras, que criaram a demanda interna (mercado consumidor).

Porto Ferreira começa a criar olarias, às margens do Rio Mogi Guaçu e próximas à estação, onde os tijolos eram embaraçados para outras localidades. Aí entra na jogada Francisco Peripato, migrante que chegou nestas paragens na década de 30. A História de Francisco Peripato serviu como "janela" para abordar com dados estatísticos e estruturais como funcionava o setor oleiro e Porto Ferreira.

Agradeço ao Senhor Paulo Carvalho que realizou a revisão do livro, aos vereadores Miguel Bragioni e Marcelo Ozelim, que valorizam a cultura local e fizeram sua contribuição no prefácio, e aos irmãos gêmeos Letícia e Cirillo Tangerina Bruno, pela brilhante capa que enriqueceu a obra.

Eis o livro! Espero que os ferreirenses gostem! Para mim, Renan Arnoni, foi um orgulho poder falar sobre o lugar onde nasci e pelo qual tenho muito carinho.

O livro é vendido pelo Jornal do Porto, que detém o direito de posse de propriedade do mesmo, ao custo de 30,00. 10 % da venda será destinada à compra de cestas básicas aos mais necessitados.