Juliana Paiva fala de 'Salve-se quem puder': 'Possibilidade da morte te faz repensar toda a vida'

Juliana Paiva é Luna/Fiona em "Salve-se quem puder" Globo/Camilla Maia

Juliana Paiva é Luna/Fiona em "Salve-se quem puder" Globo/Camilla Maia

Ao G1, atriz relembra a morte do pai em 2019 e diz que o melhor de atuar é viver 'várias vidas em uma só'. Na novela das 19h, ela vive mulher que troca de nome após sofrer ameaças. Juliana Paiva fala sobre personagem Luna em "Salve-se quem puder"

Para Juliana Paiva, "o grande barato da profissão é viver várias vidas em uma só". Só em "Salve-se quem puder", novela das 19h da TV Globo, a atriz tem a oportunidade de viver duas.

Na trama, ela é Luna, uma estudante de fisioterapia e funcionária de um resort em Cancún. A personagem é mexicana, filha de brasileiros e vê sua vida mudar ao presenciar um assassinato em uma cidade que está prestes a ser atingida por um furacão.

Com Alexia (Deborah Secco) e Kyra (Vitória Strada), outras testemunhas do crime, ela precisa mudar de país, de identidade e de nome. Passa a ser Fiona. Com tantos desafios, acaba encarando a morte de perto.

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"Uma tragédia como essa mexe com qualquer pessoa que passar por ela. A possibilidade da morte, você está tão perto daquilo, te faz repensar toda sua vida até ali e a forma como você vai encarar."

"Acho que pra Luna, é uma coisa em cima da outra, porque ela passa por um furacão, depois tem a quase morte do pai, depois ela descobre que tem que mudar de vida e vai abandonar a família."

"Então é muita emoção em cima da outra. Além dela repensar a vida, ela vai meio que anestesiando ao longo dessas notícias. Porque nada é tão forte quanto a quase morte", afirma a atriz em entrevista ao G1.

Ao falar sobre o assunto, ela recorda da morte do pai, Gilmar Santos, em setembro de 2019, aos 64 anos.

"Perdi meu pai recentemente, então é uma coisa que mexe, que faz a gente repensar. Minha conexão com Deus que sempre foi muito forte, aumentou, multiplicou."

"Essa coisa do aproveitar o agora, não deixar para depois. A gente, graças a Deus não deixou para depois nenhum abraço, nenhum beijo. Mas tem gente que deixa, e depois desses momentos fica se lamentando."

Questionada se conseguiria assumir o papel de Luna e mudar completamente de vida para sobreviver, Juliana diz que sim. Mas com ressalvas.

"Sim, mas seria difícil. Tirar esse contato da família é muito forte. A pessoa não vai saber se você está viva, se está morta. Pelo contrário, a notícia que chega para a família é que a Luna morreu. Então seria muito doloroso. Mas ela está fazendo isso tudo para o bem do pai. Por amor, sim. Mas seria muito difícil."

Gravações no México

Antes da estreia da novela, muitas gravações aconteceram no México. Por lá, Juliana teve momentos de folga e aproveitou para fazer passeios culturais:

"Eu não conhecia o México. Então quando falaram que ia gravar lá, falei: 'que presente. Vou estar trabalhando com o que amo, conhecendo lugar de origem da personagem, e ao mesmo tempo conhecendo um novo país'. O México é incrível, Cancún é paradisíaco, aquela cor de mar é alucinante."

"Todas as gravações que eu tive eram diurnas. Então de noite a gente sempre estava liberado pra passear, conhecer um lugarzinho ou outro. E quando a Lexia [personagem de Deborah Secco] gravava, a Luna não gravava. Então eu tinha algumas folguinhas alguns dias."

Juliana define a viagem como "muito rica e muito rápida". "A gente foi pra trabalhar mesmo. Poder observar essas pessoas que levam a vida parecida com a vida da minha personagem, observar um casebre, uma família, as camareiras no hotel... tudo é muito bom e muito saudável pra construção de uma personagem."