Assassino do tatuador Marcos "Tsunami" tem pena aumentada de 14 para 18 anos de prisão pelo TJ-SP

Assassino do tatuador Marcos

Após recurso feito pelo Ministério Público Estadual, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aumentou a pena do empresário são-carlense Fernando Ganci, autor do assassinato do tatuador ferreirense Marcos "Tsunami" Gentil Romero, de 14 para 18 anos de prisão em regime fechado.

O crime ocorreu em dezembro de 2018, próximo à rodoviária de São Carlos, e em setembro de 2019 o tribunal do júri havia condenado o empresário a 14 anos de prisão em regime fechado. Ganci matou Tsunami após uma briga de trânsito. O tatuador deixou mulher e um filho.

Segundo o portal São Carlos Agora, a defesa do réu pedia a pena mínima, por entender se tratar de um homicídio doloso putativo, ou seja, o criminoso imputa, imagina, supõe uma situação que não é verdadeira. No caso, quando Tsunami retirou o cinto de segurança, Fernando Ganci teria pensado que o tatuador estaria sacando uma arma de fogo e por esse motivo fez os disparos.

Após o julgamento em setembro do ano passado, o promotor público Mário José Correa de Paula, que atuou na acusação, representou junto ao presidente do Tribunal do Júri, Dr. Antônio Benedito Morelo, pelo aumento da pena do réu, entendendo que o crime foi premeditado e que a vítima não teve direito de defesa.

Na segunda-feira (21) saiu a decisão. Dois desembargadores acataram a tese da acusação e aumentaram a pena do empresário Fernando Ganci em 4 anos. Agora ele terá que cumprir pena de 18 anos pelo crime cometido.


O crime – O tatuador, com 36 anos à época, foi morto a tiros dentro do próprio carro no início da noite de 3 de dezembro de 2018 na rua César Ricome, próximo à rodoviária de São Carlos.

Em depoimento ao delegado Giberto de Aquino, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Ganci confessou que atirou em Tsunami porque ele fez um gesto que para o empresário parecia que ele pegaria uma arma.

"Ele disse não se recordar quantos [tiros], que foi um ato de emoção, um ato de impulso, que ele entendeu que o cara iria matá-lo e ele o fez antes", disse Aquino.

Em seu depoimento, Ganci disse que ao fazer uma conversão para entrar no estacionamento foi fechado pelo veículo de Tsunami, que começou a ofendê-lo com palavrões. Ele então desceu do carro para falar com o tatuador.

O empresário estava armado com um revólver que, segundo o seu depoimento, era do falecido pai e ele estava transportando da casa dele para a sua.

Depois de deixar o local do crime, Fernando Ganci deixou a mãe e a esposa em casa, posteriormente empreendeu fuga em direção a Ribeirão Preto. Ao passar pelo rio Moji-Guaçu conferiu o tambor da arma e viu que tinha quatro cápsulas deflagradas e então jogou a arma no rio.

Ganci fugiu para a Bolívia, onde permaneceu por duas noites até que foi convencido pela esposa e decidiu regressar a São Carlos. Porém, no retorno, ele acabou sendo preso por policiais rodoviários, na noite do dia 10 de dezembro, no interior de um posto de serviços em Presidente Epitácio (SP). Assim que voltou a São Carlos, teve sua prisão preventiva decretada. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado.

Marcos Tsunami morava em Porto Ferreira, mas trabalhava em um estúdio de tatuagens na rua Sete de Setembro em São Carlos. O tatuador já conquistou prêmios em festivais de tatuagens na região. Ele era casado e tinha um filho. O corpo dele foi enterrado em Porto Ferreira.