'Rainha' das redes sociais, Kim Kardashian adere a boicote ao Facebook e Instagram

'Rainha' das redes sociais, Kim Kardashian adere a boicote ao Facebook e Instagram
Ela se juntou a dezenas de outras celebridades que decidiram "congelar" suas contas por 24 horas. Kim Kardashian

Reprodução

Kim Kardashian West e dezenas de celebridades anunciaram que suspenderão por 24 horas o uso de suas contas em redes sociais em protesto contra a disseminação "de ódio e desinformação".

O movimento é parte da campanha #StopHateforProfit ("pare o ódio em nome do lucro", em tradução livre), organizada por ativistas de direitos civis.

"Não posso ficar parada enquanto essas plataformas seguem permitindo a disseminação do ódio, propaganda e desinformação - criados por grupos que querem semear a divisão e rachar os EUA", escreveu Kardashian, que tem 188 milhões de seguidores no Instagram, em um comunicado divulgado na terça (15/9).

Entre as outras celebridades que aderiram ao boicote estão os atores Leonardo DiCaprio, Sacha Baron Cohen e Jennifer Lawrence, além da cantora Katy Perry.

"Não posso ficar de braços cruzados enquanto essas plataformas fecham os olhos para grupos e posts que espalham ódio e desinformação", escreveu Perry no Instagram.

O ator Ashton Kutcher, que tem mais de 4 milhões de seguidores na rede social, disse que essas plataformas "não foram criadas para espalhar ódio e violência."

Os organizadores da campanha #StopHateforProfit, que foi lançada em junho, acusam Facebook e Instagram de não fazerem o suficiente para tentar evitar a disseminação de discurso de ódio e desinformação.

O grupo tem focado no Facebook, que também é dono do Instagram e do WhatsApp e, no ano passado, registrou receita de quase US$ 70 bilhões (cerca de R$ 365 bilhões) com publicidade.

Milhares de empresas e grandes grupos que defendem os direitos civis, incluindo a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (National Association for the Advancement of Colored People, ou NAACP) e a Liga Antidifamação (Anti-Defamation League, ou ADL), decidiram participar da iniciativa.

"Estamos rapidamente nos aproximando das eleições mais importantes da história americana", afirmou o grupo em comunicado. "As mudanças 'vagas' e não verificadas do Facebook estão muito aquém do que seria necessário para proteger nossa democracia."

Em junho, o Facebook afirmou que passaria a rotular conteúdo que violasse as políticas da empresa.

Seu fundador, Mark Zuckerberg, declarou ainda que a rede social iria banir qualquer publicidade que implicasse que "pessoas de determinada raça, etnia, origem, religião, casta, orientação sexual, identidade de gênero ou status migratório" eram uma ameaça para outros.

"A eleição de 2020 já estava se desenhando como um pleito polêmico", pontuou em um comunicado. "Neste momento, o Facebook vai tomar precauções adicionais para ajudar a manter todos seguros e informados."

A #StopHateforProfit avalia, entretanto, que as medidas são insuficientes e reivindica ações mais contundentes da rede social.

Como resultado, desde o início da campanha mais de 90 empresas já pararam de anunciar na plataforma, com consequente desvalorização das ações do Facebook. No fim de junho, o patrimônio pessoal de Zuckerberg havia encolhido em U$ 7,2 bilhões (quase R$ 40 bilhões).

Agências reguladoras e políticos ao redor do mundo estão preocupados com a disseminação de discurso de ódio, não apenas no Facebook, mas em todas as plataformas de redes sociais, o que tem levado muitos países a questionarem as empresas de tecnologia sobre o que planejam fazer para enfrentar o problema.