O consumo de carne em Porto Ferreira - Introdução

Vamos mudar um pouco o assunto e falar do produto que o brasileiro ama: a carne. De boi, de vaca, de frango ou peixe, as mais populares, este item sempre consta na mesa dos lares ferreirenses.

Na atualidade, o padrão culinário nacional apresenta a carne como um dos principal produtos consumidos elos brasileiros, depois do arroz com feijão (aliás, nestes dias, até o arroz está ficando caro!) e da farinha de mandioca. Historicamente, foram os portugueses que, durante o processo de colonização (destruição da cultura indígena), iniciado em 1500, acrescentaram este item saboroso ao nosso cardápio.

A Carne no Brasil Colônia

Não se pode ignorar o fato de que os nativos que habitavam as terras brasileiras antes da chegada dos portugueses, tinham hábitos alimentares baseados na caça e na pesca, Algumas tribos, como os da tradição tupi-guarani comiam seus inimigos. – fato muito bem contado por Hans Staden. Em somatória, parcela dos costumes indígenas foram absorvidas pelos colonizadores, como a mandioca, produzindo uma riquíssima variedade de alimentos e pratos característicos de determinadas regiões. Porto Ferreira foi muito influenciado pelo hábito dos portugueses e dos imigrantes italianos que vieram para as lavouras cafeeiras.

Segundo Silva & Silva (2010) "um dos métodos apreciados era o método do moquém que consistia em colocar os espetos apoiados em forquilhas, formando uma espécie de grelha, longe do fogo para que o cozimento fosse lento e com o mínimo de fumaça". Outro método muito utilizado era o forno de chão, fazia um buraco na terra, cobria-se o fundo e os alimentos com folha e com terra. Após a queima, retirava-os da fogueira.

E economista Caio Prado Jr. (1942) afirmou que a pecuária exercia um importante papel no Brasil colônia, auxiliando tanto na subsistência como na conquista do território, interior do continente, determinada por 3 fatores: a colheita florestal no extremo norte do país, a mineração no centro-sul e a mineração no restante do território. Pedro Geraldo Tozzi esclareceu que o gado francano, no século XIX, tinha chifres longos para evitar sua entra e fuga nas matas do nordeste de São Paulo.

A produção da cana de açúcar no Nordeste, principal atividade econômica brasileira no século XVII até o século XVIII, ao dedicar toda a força produtiva, principalmente dos escravos, para a produção do açúcar, segundo Paulo Pinto e Silva (2006), estabeleceu a alimentação os engenhos com uma dieta dos produtos da terra, sustentada pela dfarinha de mandioca, por peixes e carnes de caça quase sempre secos, com exceção da carne de porco, cozida ou assada, feijões de caldo ralo e tubérculos comidos cozidos.

"O consumo dos alimentos nas propriedades de monocultura de cana de açúcar estava, portanto, baseado no que podia se produzir nas brechas de um grande sistema subordinado ao mercado externo, resultando em uma grande quantidade de farinha de mandioca, feijões de diversos tipos, batata doce, milho, cará, comidos com pouco rigor, além de uma cultura do doce, cristalizada na mistura de frutas com açúcar refinado e simbolizada, popularmente, pela rapadura" (SILVA, 2006).

(Continua na próxima edição)